Alívio

Após sequestro, bebê Ravi deixa hospital no Rio: 'Milagre'

Recém-nascido foi levado da maternidade com horas de vida

Família deixa o hospital no Centro do Rio
Família deixa o hospital no Centro do Rio |  Foto: Lucas Alvarenga

O pequeno Ravi Cunha recebeu alta na manhã desta quinta-feira (2) e deixou a Maternidade Municipal Maria Amélia Buarque de Hollanda, no Centro do Rio, pela porta da frente, desta vez com a família.

Já nas primeiras horas de vida do bebê, os pais Matheus Maranhão e Nívea Maria passaram por um susto quando ele foisequestrado e levado para a Comunidade do Borel, na Zona Norte do Rio, nesta quarta-feira (1°). A acusada pelo rapto da criança, Cauane Malaquias da Costa, de 19 anos, está presa e vai passar por audiência de custódia nesta quinta. 

Pai agradeceu a todos no momento da saída do filho
Pai agradeceu a todos no momento da saída do filho |  Foto: Lucas Alvarenga
Isso é um milagre, que todos testemunhem esse milagre que aconteceu com meu filho, eu não via a hora de chegar esse momento. Eu agradeço a todos que se mobilizaram, eu sou muito grato a vocês. A partir de agora é só ficar com meu filho em casa e cuidar da saúde da minha esposa Matheus Maranhão, pai

Após o susto, a família foi transferida para outro quarto, onde a segurança foi reforçada. A mãe do pequeno também recebeu apoio psicológico devido ao trauma, mas, de acordo com a família, ainda está muito abalada com o ocorrido.

"O Ravi dormiu bem [essa noite], eu e minha esposa não conseguimos dormir direito, mas faz parte. Ele fez muitos exames, tá sendo muito bem monitorado. Agora é cuidar da minha esposa, foi um momento de terror, momentos difíceis. Vamos seguir com o tratamento psicológico dela, eu também preciso, não vou mentir, mas nesse primeiro momento está tudo bem", confirmou. 

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que "todo o sistema de segurança do complexo do Hospital Souza Aguiar, que inclui o Hospital Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda, será revisado detalhadamente. A Secretaria Municipal de Saúde está analisando todo o circuito de câmeras de monitoramento e vai aguardar o depoimento da sequestradora e das testemunhas para determinar onde o sistema poderá evoluir".

"Que todo o acesso dentro dessas instituições sejam mais rigorosas, que as câmeras de segurança estejam com a sua manutenção em dia, isso precisa ser revisto! Tem que colocar profissionais mais preparados porque é inaceitável uma pessoa, que não faz parte do hospital, estar circulando aleatoriamente, numa madrugada, sair com um bebê dentro de uma bolsa pela porta da frente", disparou o avô do bebê, Davi Figueira.

Um segurança permanece na porta da unidade de saúde, e somente pessoas autorizadas têm acesso à parte interna.

Crime premeditado

Cauane Malaquias passará por audiência de custódia ainda nesta quinta; ela foi levada para o presídio feminino de Benfica após ser presa em flagrante pelo crime de subtração de incapaz com colocação de lar substituto, com pena que pode chegar a 6 anos.

De acordo com as investigações da 4ª DP (Praça da República), a suspeita esperou cerca de 5 horas na unidade de saúde até aparecer uma oportunidade de raptar o bebê. Segundo o delegado Mário Andrade, o crime foi premeditado.

Uma amiga de Cauane havia dado à luz na maternidade, e ela a visitou na terça-feira (31), guardando o adesivo de identificação que recebeu ao entrar no local.

“Ela contou que realmente visitou a colega, mas ficou perambulando pelo corredor do hospital. Por volta das 15h, ela passou pela enfermaria, viu o Ravi [que tinha acabado de nascer] e se interessou por essa criança”, relatou Mário.

Por volta das 19h, a jovem deixou sua residência com três bolsas, colocou o adesivo que tinha obtido anteriormente e entrou no hospital normalmente, apesar de ter sido cogitada uma invasão pela varanda.

Cauane aguardou pacientemente por cerca de 5 horas até encontrar a oportunidade de levar o bebê Ravi consigo.

"Perguntada por qual motivo fez isso, ela se calou. Tenho para mim que seria para criá-lo como filho, uma vez que ela tinha um namorado e inventou para esse namorado que estava grávida. Para ele e para a família toda”, continuou.

A jovem admitiu que havia divulgado informações falsas sobre sua gravidez, apesar de a família não acreditar em sua história. Ela alegou ter tirado fotos da recepção e da enfermaria do hospital, enganando seus familiares ao dizer que estava se internando para dar à luz.

Após ser levada à 4ª Delegacia de Polícia (Praça da República), sob custódia de policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Borel, a avó paterna de Ravi, Patrícia Cunha Figueira, confrontou a mulher: “Por que você fez isso conosco? Por quê? Que Jesus te perdoe! Ele te ama! Que Ele tenha misericórdia!”.

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